Apesar da performance só ter sido aceite como expressão artística na década de 70, começou a ganhar forma nos primórdios dos anos 60. A mesma vem corromper toda a história da arte que se antecede, principalmente pelo contexto histórico, político e social onde se insere. A invenção da máquina fotográfica vem dar autonomia ao artista para experimentar e expor os seus ideais artísticos numa plataforma videográfica onde os limites não existem. Ao contrário da plataforma clássica, os museus, onde eram apenas aceitos certos tipos de projectos artísticos, os mais conceituados pela sociedade.
Nas décadas de 60 e 70, vários homens decidiram seguir o caminho mais experimental, que a câmera disponha. No entanto, este veio ser como uma “catapulta” para as mulheres no meio artístico, sendo que este universo centrado apenas nas capacidades dos homens, desvaloriza as mulheres, especialmente no âmbito do trabalho.
Com isto, as performances destas décadas contêm um carácter de maior libertação, expulsam todas as tradições que se empregavam no Status quo, são serenamente frustrantes. Na performance Cut Piece, 1965 de Yoko Ono, a artista entrega o seu corpo ao público, deixando-os cortarem-lhe a roupa, quebrando, assim, com o conceito de corpo reservado e intocável da mulher. Com isto, em Semiotics of the Kitchen, 1975, Martha Rosler assume o papel de dona de casa vestida de avental e ironiza as demonstrações de culinária na televisão popularizadas por Julia Child na década de 1960. Move-se pelo alfabeto de A a Z, atribuindo uma letra às várias ferramentas encontradas neste espaço doméstico. Empunhando facas, quebra-nozes e um rolo, demonstra a raiva e frustração da mulher. Esta arte, nos seus primórdios, abraça o pouco rigor videográfico, centrando-se mais no campo experimental. No entanto, é movida essencialmente pela crítica e pelos sentimentos de prisão vividos por mulheres, nas décadas de 60 e 70.
Este movimento é marcado pelo clima provocativo. A arte liberta a mulher, dando-lhe espaço para exprimir certas injustiças sociais entre o sexo feminino e masculino. Por fim, na década de 90, vive-se um clima de prosperidade sem conflito, devido ao fim da guerra fria e à popularização do computador pessoal e consequentemente da internet.
Muitos artistas saíram da solidão para equipas videográficas como é notório na expressão de Zhang Huan “... Afterward, I signed contracts with photographers and videographers for every performance piece...”. Com isto, foi possível a conceder melhor qualidade de vídeo aos artistas, de modo a que os espectadores das suas vídeo performances tivessem uma percepção semelhante à de quem assistia ao vivo.
Consequentemente, a popularização da internet e computador pessoal, foram claramente as principais fontes da globalização, sendo capazes de chamar inúmeros artistas performers à fama, tal como uma melhor aceitação do estilo artístico da performance.