Entende-se por medium, todo o suporte de difusão de informação que constitui ao mesmo tempo um meio de expressão e um intermediário na transmissão de uma mensagem.
As tecnologias da comunicação são veículos de mudança na própria organização cognitiva, fazendo assim com que a sociedade altere várias predefinições que estabeleceu no seu processo evolutivo, numa estimulação dos sentidos que confronta os cânones assimilados.
A utilização de um novo medium implica uma transformação social. A “mensagem” de qualquer meio ou tecnologia é a mudança de escala, ou de ritmo ou de estrutura que introduz nos assuntos humanos, é o meio que configura e controla a escala e a forma de ação e associação humanas.
Entende-se por Cultura Visual, o campo de estudos transdisciplinares, que procura entender os aspetos visuais como fonte de transmissão cultural. Neste sentido, falar hoje de cultura visual significa falar de um campo de estudos muito alargado, onde cabem não apenas os estudos de arte influenciados pelos estudos culturais e pelo olhar antropológico, mas toda uma série de estudos sobre arquivos de imagens e o seu cruzamento com diferentes saberes. O conceito nasce do início dos anos 20 graças ao crítico e teórico Béla Balász, o artista e professor na Bauhaus Lszló Moholy-Nagy e o realizador de cinema Jean Epstein. Com a noção de “cultura visual”, estas três autores interrogaram o impacto que a fotografia e o cinema estavam a exercer na cultura contemporânea.
Consideravam eles que tais media óticos estavam a transformar completamente o campo do visível, redefinindo as relações entre palavra e imagem, leitura e olhar. A fotografia surgiu como a possibilidade de libertação das artes plásticas da escravidão do realismo, esta foi um importante medium visual que preside ao nascimento dos mass media e, depois, juntamente com o cinema, dá origem a um novo paradigma cultural- cultura visual. Concentrados essencialmente sobre os séculos XIX e XX, os objetos de estudo do campo visual são assim todas as imagens oriundas dos meios de comunicação de massa contemporâneos – os novos media, a televisão e o vídeo, o cinema e a fotografia, a publicidade e a banda desenhada -, sendo a linha teórica comum a estes trabalhos a sua insistência sobre o «visual». Apesar das diferenças que os separam, nomeadamente no que diz respeito à dimensão política das duas
noções, o pictorial turn anglo-saxónico e o iconic turn germânico correspondem a uma mesma mudança de paradigma, acentuando a importância do visual, a dimensão das narrativas visuais bem como a sua dimensão política e ideológica