sexta-feira, 18 de junho de 2021

Arte: Criar e apreciar. Duas realidades

A desconsideração para com a produção de arte, em comparação com o enriquecimento de quem consume e/ou negoceia arte revela, até nos dias de hoje, a condição de ser artista que apesar de tão antiga, permanece intrínseca na sociedade. A classe dos artistas, artesãos, arquitetos, entre muitos outros, não é uma classe com o prestígio que merece, já que sem estes a apreciação de arte seria impossível, principalmente devido a inexistência de arte em si. A Bauhaus (Dessau-Roßlau, Alemanha, 1919-1933, UNESCO World Heritage Inscripted) demonstrou intenções de unir a teoria com o artesanato, criando assim uma classe de pessoas que uniam as artes liberais às mecânicas. A sua existência não foi prolongada, no entanto o seu impacto é visível na contínua evolução da arte.1 Só após o movimento russo que promulgou a igualdade entre os materiais e os media, na medida em que, todos os ramos da extensa árvor da arte devem ser reconhecidos e louvados igualmente, sem distinção. Para tal a fotografia e o filme teriam que ter o mesmo agradecimento que a pintura e a escultura. Além disso, o capitalismo e a sua inescapável influência, forçam uma corrida entre todos os tipos de arte, para que nenhuma deixe de existir, no entanto sempre uma acima da outra, num infinito sistema de ‘guerra de reconhecimento’2 . A produção em série também se torna algo ingrato perante o artesanato, não só por promover a inutilidade de objetos, a partir de um pensamento materialista, mas também por permitir a produção, poluição e destruição em excesso de tudo o que rodeia qualquer manifestação de produção em série.